Olá LinuxBoot, Goodbye UEFI: chega a alternativa de firmware grátis

Logotipo do LinuxBoot

No mundo da tecnologia, houve muitos "crimes", e neste artigo vamos falar sobre dois deles, embora existam mais alguns. Um dos reatores mais importantes do mundo da IBM PC era o BIOS, mas então veio a esperança de que não fosse assim com UEFI e Secure Boot que tantas dores de cabeça têm dado à comunidade do software livre e àqueles que se dedicam a criar sistemas operacionais diferentes do Microsoft Windows, visto que foram vistos com a impotência de não ser capaz de iniciá-los em um computador por este sistema implementado pela Microsoft ...

Também vamos lembrar a aliança conhecida como Wintel, ou seja, o Windows (Microsoft) + Intel, que conseguiu levar os produtos dessas empresas a dominar todo o setor com mão de ferro, como ainda fazem hoje. Se você não sabe o que é Wintel, é sobre aqueles computadores com sistema operacional Microsoft e algum microprocessador Intel. Isso nada tem a ver com o termo MacIntel, ou seja, a aliança da Apple com a Intel para a qual trocou o antigo PowerPC (AIM) por esta nova associação tecnológica ...

Wintel: a trama começa

logotipo da wintel

Na década de 80 havia um caos de compatibilidade em termos de equipamentos de informática com diversos padrões da indústria (Amiga, Apple, Atari, Acorn, ...), o que obrigou os fabricantes de software e hardware a inovar e criar tecnologias melhores e mais rápidas para captar os clientes dispersos que existiam na época. Mas é claro que essa não era uma forma de dominar o setor e monopolizá-lo, na verdade foi uma época em que nenhuma empresa monopolizou o setor.

Em vez disso, essa tendência de inovação seria transformada em exceção pela aliança Wintel, quando Microsoft e Intel tentaram se posicionar para dominar o setor e implementar seus sistemas operacionais. Microprocessadores Microsoft Windows e Intel respectivamente. Isso os levou ao domínio quase absoluto que têm atualmente, embora para essas duas empresas tenha sido uma aliança fecunda, a verdade é que foi só para eles. Já que o que temos agora é uma Intel muito poderosa, cujos concorrentes têm desaparecido gradualmente, exceto a AMD (porque convém à própria Intel evitar mais ações judiciais de monopólio).

Contra o Wintel, vamos usar o Amux (AMD + Unix) !!!

Talvez muitos de vocês se lembrem de nomes como IBM, STMicroelectronics, NEC, muitas empresas do bloco soviético e tantas outras que fabricavam chips. compatível com x86 da Intel. Todos deixaram de fazê-lo, até mesmo empresas que se dedicavam especificamente a isso, como IDT, Cyrix, VIA, Transmeta, etc., vão desaparecendo aos poucos. De todos eles, restam apenas AMD e VIA, mas esta última praticamente não representa nenhum percentual do mercado ...

El IBM PC que representou um pequeno segmento da indústria de computação pessoal cresceu publicando esquemas e documentações sobre as especificações de seus equipamentos (arquitetura aberta) para que terceiros pudessem criar hardwares compatíveis com esses equipamentos. E com a chegada da aliança Wintel, esse aumento de popularidade foi exponencial, e agora não há mais nada para ver ao nosso redor para saber do que estou falando ...

Este tinha um impacto direto na indústria de software, já que todos os desenvolvedores começaram a olhar favoravelmente a plataforma que havia sido criada, por ser a mais popular garantiam ter mais clientes para seus produtos. Escrever um programa para outra plataforma significava custos de implementação para vendas escassas, enquanto escrevê-lo para PCs IBM significava sucesso garantido. Este é mais um dos flagelos que o Linux e outros sistemas livres tiveram no passado quando se trata de compatibilidade com o Windows em termos de drivers e software nativo, como já discutimos bem aqui.

E seguimos a história na próxima seção ...

BIOS: assunto de controvérsia

Já temos o domínio da Wintel com o padrão IBM PC, mas outras empresas se juntaram a este capítulo da história para dar o toque final nessa história. Essas eram empresas como Prêmio, Phoenix, AMI, Chips e Tecnologias, etc., que passaram a criar chips com firmware compatível com PCs IBM para que qualquer outro fabricante de equipamentos pudesse criar equipamentos compatíveis com o hardware que desejasse. Este seria o início do fim do IBM PC para inaugurar a era do PC e a inclusão de todos os fabricantes que conhecemos hoje neste setor. A IBM perdeu força e sua herança agora estava sendo coletada por outras empresas que montavam PCs compatíveis (por exemplo, Compaq).

Microsoft já estava ganhando grandes quantidades de dinheiro pelo seu MS-DOS ou pelas licenças do DOS outorgadas a outras empresas, a Intel idem, visto que fabricava uma boa quantidade de chips ou recebia royalties daqueles que fabricavam chips compatíveis, exceto das empresas do bloco soviético que mencionei acima que muitas vezes eram clones não licenciados, produzidos pelas costas da Intel. Mas bem, vamos resumir e redirecionar a história para onde estamos interessados, e é para essas empresas que destaquei em negrito no parágrafo anterior ...

O que eles estavam criando não era nem mais nem menos do que chips BIOS (sistema básico de entrada e saída), ou seja, os chips com o firmware necessário para realizar a rotina de boot nos PCs, embora os fabricantes fossem muito diversos, acrescentando modularidade. A sigla BIOS foi escrita por Gary Kildall e apareceu em 1975 para os sistemas operacionais CP / M para implementar o que era necessário em uma ROM para que o hardware pudesse inicializar o sistema operacional. Isso foi adotado pelos sistemas DOS.

No DOS, é necessário incluir um ROM com um firmware BIOS chamado BIOS DOS que é capaz de realizar uma configuração inicial de hardware carregando algumas rotinas para iniciar o sistema, e então ser capaz de realizar um teste chamado POST (Power-On-Self-Test) para finalmente localizar o sistema operacional instalado e inicializado, nesse momento ele passa o controle para ele. E que?

Bem, como a Microsoft já dominava o mercado, todos os fabricantes de equipamentos implementados esses sistemas para suportar os sistemas da empresa, já que não fazer isso significava operar em uma participação de mercado minoritária. A BIOS não é o melhor dos sistemas e tem muitos tetos e problemas, mas isso pouco importava, a necessidade também sendo herdada pelo Windows e continuando com essa carga apesar do fato de haver alternativas melhores como EFI, Open Firmware do PowerPC , ou projetos mais recentes como CoreBoot (sobre o qual já falamos no LxA), etc. E, portanto, GNU / Linux, FreeBSD ou qualquer outro sistema operacional que você deseja instalar em um PC, teria que lidar com este fardo ...

UEFI: a nova traição disfarçada de esperança ...

Logotipo UEFI

E então entra em cena UEFI (Firmware Extensível Universal), um sistema que parecia trazer esperança para substituir o BIOS e derrotar o antigo e primitivo sistema BIOS. A verdade é que deu certo, mas não trouxe luz, mas escuridão, e o principal motivo é mais uma vez a Microsoft e sua pressão para implementar Secure Boot nos computadores para que sejam compatíveis com o Windows 8 ou versões posteriores.

UEFI era um sistema mais moderno, mas todos nós sabemos o que isso significa seguro Bota para a comunidade de software livre. Nós escrevemos rios de posts sobre isso, e até hoje ainda existem alguns problemas em certas distros minoritárias para poder instalá-los em um computador. As soluções disponibilizadas têm sido muito variadas, algumas passam pela compra de chaves ou assinaturas da própria Microsoft (pois evita o arranque de sistemas operativos não assinados por, supostamente, por razões de segurança, e os únicos que são assinados a priori são os da própria Microsoft, estamos fazendo um bom negócio ...), então tudo está orientado para que o grande beneficiário seja a Microsoft ...

Sim, é verdade que com UEFI temos uma interface de usuário mais moderna e mesmo com gráficos para deixar para trás a interface primitiva do tipo DOS da BIOS, para rodar em 32 e 64 bits em vez das 16 da BIOS, suporte além das quatro partições suportadas na BIOS e o tamanho máximo de 2,2 TB gerenciável para atingir 9,4 ZB, inicialização mais rápida, maior flexibilidade e modularidade e independência do próprio sistema operacional.

LinuxBoot: a solução final

Esquema de inicialização do Linux

Como podemos ver, apenas patches colocados ao longo da história que no final foram meros truques para continuar com os problemas habituais para a comunidade livre, não só devido às limitações da BIOS ou Secure Boot, mas porque ainda era um sistema fechado. Mas agora parece haver luz no final do túnel com LinuxBoot, um sistema aberto chegando aos servidores e espero tê-lo nos computadores domésticos em breve.

LinuxBoot é apresentado como o alternativa aberta para UEFI proprietário. Um firmware que foi lançado no ano passado de 2017 sob a égide da Linux Foundation, e que está crescendo gradualmente em popularidade e tem cada vez mais suporte de empresas fabricantes de equipamentos.

LinuxBoot foi uma iniciativa de Ron Minnich, autor do também conhecido projeto LinuxBIOS e líder do Coreboot do Google. Agora ele conseguiu a colaboração de empresas como Google, Facebook, Hoirzon Computing Solutions e Two Sigma que irão colaborar no LinuxBoot (formalmente chamado NERF) Pretende-se trazê-lo para máquinas servidoras Linux, permitindo que usuários e administradores tenham maior controle sobre seus sistemas (customizar seus próprios scripts de inicialização, corrigir erros, construir seus próprios tempos de execução, realizar reflash de firmware usando suas próprias chaves, etc.).

Os Vantagens do LinuxBoot sobre UEFI são:

  • Os servidores podem inicialize consideravelmente mais rápido, com apenas cerca de 20 segundos em comparação com os vários minutos que leva com UEFI nesses tipos de máquinas.
  • Mais flexível como eu disse, já que qualquer dispositivo, sistema de arquivos (FS) ou protocolos podem ser usados.
  • Potencialmente mais seguro, uma vez que os sistemas e drivers Linux FS são significativamente mais robustos do que aqueles usados ​​pela UEFI.
  • É totalmente livre.

Você pode ver a crescente adoção do LinuxBoot, como um exemplo do projeto Abra Projeto Compute, um projeto iniciado pelo Facebook para criar data centers mais poderosos e eficientes. E não é o único, no emulador QEMU que tanto usamos LinuxBoot também foi suportado, mesmo em Intel S2600wf, Dell R630, etc.

Não se esqueça de deixar o seu comentários, dúvidas e sua opinião sobre este novo sistema ... Espero que tenha ajudado e você possa ter uma ideia mais clara sobre o firmware e também mais esperança sobre este tipo de sistema.


Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

  1. Responsável pelos dados: AB Internet Networks 2008 SL
  2. Finalidade dos dados: Controle de SPAM, gerenciamento de comentários.
  3. Legitimação: Seu consentimento
  4. Comunicação de dados: Os dados não serão comunicados a terceiros, exceto por obrigação legal.
  5. Armazenamento de dados: banco de dados hospedado pela Occentus Networks (UE)
  6. Direitos: A qualquer momento você pode limitar, recuperar e excluir suas informações.

  1.   Fernando dito

    Olá. Você me deixou com minhas pernas balançando. Artigo muito interessante e muito elaborado. Parabéns. Quanto ao assunto, espero que possa ser implementado em todos os computadores domésticos. Uma saudação.

  2.   Mak dito

    Artigo muito bom.

  3.   Nasher_87 (ARG) dito

    Meu Asus não é compatível, passo ...

  4.   jvare dito

    Pena que no momento só é direcionado para servidores
    É claro que o Linux está se movendo muito rápido nesse setor ao custo de esquecer os desktops.

  5.   Bernard dito

    Artigo magnífico, esperemos que o LinuxBoot seja o precedente para a transformação da computação e que ele possa ser acessado no nível dos computadores pessoais.

  6.   Incom2 dito

    Essa alternativa ao nefasto UEFI parece ótimo para mim, mas não sejamos conspiradores. A IBM tinha a patente do BIOS original, e não foi até que outros fabricantes conseguiram copiá-lo por meio de engenharia reversa e o estratagema legal de dizer que era algo que funcionava da mesma maneira, mas não tinha o mesmo código, que a era de o PC clone não começou. Naquela época a Microsoft não era o que é hoje, não havia aliança Wintel porque o Windows também não existia. É verdade que o MS-DOS se posicionou como líder indiscutível, mas também é verdade que coexistiu com outros sistemas compatíveis, de outras empresas, como o DR-DOS ou posterior OS / 2 Warp como alternativa ao Windows 3.1.

    O que eu quero ir é que o BIOS não tinha nada que impedisse a instalação de sistemas operacionais "não-Microsoft", a única coisa que tinha é que era lento e rudimentar. E que apareceu em uma plataforma específica: x86, da qual a Intel levou o bolo e soube se posicionar e se livrar de seus rivais (Cyrix, Transmeta, etc. como eles disseram). Outras plataformas simplesmente desapareceram porque o x86 e o ​​ecossistema que ele gerava eram muito mais populares e acabaram por derrubá-los; e o ARM não era o que é, até acertar o prego na cabeça com o mercado de telefonia atual. E se o Linux não sabia ou não podia se posicionar naquele momento, não foi porque o BIOS impediu sua instalação.

    Na verdade, para usuários domésticos, não foi até o advento do Windows XP que a Microsoft começou a mexer muito com o setor de boot do disco rígido (não o BIOS), quebrando a compatibilidade com carregadores de inicialização múltipla tanto quanto podia. dores de cabeça para aqueles que queriam ter mais de um sistema operacional em sua máquina.

    O UEFI e sua inicialização segura, sim, é indiscutível que só beneficiou a Microsoft e prejudicou a todos. Mas as coisas como estão: o BIOS não impediu de forma alguma, nem prejudicou outros sistemas operacionais de serem instalados em um PC clone a partir do heap, e o Linux não começou a prejudicar as instalações domésticas até o aparecimento do Windows-95 de volta em 1996, ou seja, teve uma década inteira com as mesmas possibilidades de um MS-DOS ou DR-DOS ou OS / 2; e mesmo além do Windows XP, o problema não era nem com o BIOS, nem com a Intel, nem com a plataforma x86, mas apenas com a Microsoft e suas más práticas.

  7.   O café que ajuda dito

    Parabéns pelo artigo, informação muito boa. Vai acabar chegando como de costume na Área de Trabalho.

  8.   Inukaze dito

    Excelente, espero que o dia em que você possa comprar uma nova equipe. vem com LinuxBoot e não com BIOS ou UEFI e muito menos SecureBoot que deve se chamar "MicrosoftBoot" xD

  9.   elroyer26 dito

    Excelente artigo, informação muito interessante e acima de tudo encorajadora, o Linux continua a dar grandes passos.

  10.   Sudo dito

    Linux vence

  11.   Alberto dito

    UEFI e ASUS, uma forte dor de cabeça na hora de instalar o Ubuntu ... demorei muitas horas